viernes, 20 de septiembre de 2013

Paris Sem Poetas


Alguém está matando aos poetas em Paris.  Eles, para  se proteger,  disfarçaram-se como mendigos. Todas as noites, iluminados por tochas, aparecem no jardim da minha casa que se transforma em floresta para abrigalos. Lá eles celebram o rito da palavra, perseguidos pelo infotúnio que os tornaram caçadores de letras.
Nas profundezas da floresta, contemplados pela lua  recitam e espalham seus corações em lamentos. Iluminados estranhamente por chamas dançarinas  resolvem seu destino, vagam com passos difusos, distantes, sem estradas.
Alguém está matando aos poetas em Paris.  Eu albergo-los no meu jardim, que se torna floresta todas as noites para ouvi-los recitar os versos da miséria, a paixão e a incompreesão.
O que é um poeta mas que o caos camuflado.  Uma alma errante que luta na oscuridão por momentos
iluminada espectralmente no jardim da minha casa convertido cada noite em uma floresta surreal.


                                                                 Texto Original e Tradução: Nora Ibarra
                                                                    Curitiba-Brasil, Setembro 2013

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